
O produto, um hidrogel injectável concebido para bloquear temporariamente o transporte de espermatozoides, mostrou desempenho consistente nas primeiras fases de avaliação clínica.
Na conferência, investigadores divulgaram dados referentes aos primeiros 90 dias de acompanhamento de 25 voluntários que participaram do ensaio inicial em humanos. O ADAM, aplicado por via minimamente invasiva no ducto deferente, foi administrado utilizando uma técnica semelhante à vasectomia sem bisturi. Todas as 50 aplicações foram bem-sucedidas e não houve registo de efeitos adversos relacionados diretamente ao procedimento.
Durante o período de monitorização, foram identificados 76 eventos adversos, sendo a maioria classificada como leve e concentrada nas duas primeiras semanas após a intervenção – padrão considerado compatível com o processo normal de recuperação. Apenas um caso grave foi reportado, mas sem relação com o tratamento ou com o dispositivo experimental.
O investigador principal, Nathan Lawrentschuk, urologista e professor da Universidade de Melbourne, destacou que os resultados reforçam o potencial do ADAM como uma alternativa reversível às opções contraceptivas masculinas existentes, sem interferir na sensibilidade ou na ejaculação.
O método utiliza um hidrogel solúvel em água que impede temporariamente a passagem de espermatozoides, os quais são naturalmente degradados e reabsorvidos pelo organismo. Com o fim da acção do gel, o fluxo espermático é restabelecido.
Dias antes da apresentação dos dados de segurança, a Contraline divulgou actualizações paralelas do estudo em andamento, revelando que dois participantes atingiram azoospermia após 24 meses. Outros voluntários seguem a ser acompanhados, com resultados positivos registados em diferentes intervalos de avaliação.
A empresa afirma manter confiança na segurança, na eficácia e na possível reversibilidade do método, que continua em fase experimental e ainda não possui autorização regulatória para uso comercial.



